O envelhecimento é um fenômeno de caráter biológico que não pode ser interrompido e, tão pouco, revertido de forma que não depende exclusivamente de aspectos genéticos, mas também do estilo de vida, portanto, é um evento único e exclusivo de cada indivíduo sendo caracterizado pela deterioração gradativa do organismo tornando-o mais vulnerável ás agressões ambientais e mais suscetível a doenças.
O envelhecimento populacional faz parte do cenário mundial de forma que é previsto, em 2050, que 2 bilhões da população será idosa. Em relação ao Brasil, o número de indivíduos com idade acima dos 60 anos representa 15 milhões de nossa população. Neste sentido, mostra-se importante a promoção e prevenção da saúde como um aspecto relevante para que este processo ocorra de forma saudável por buscar a manutenção da mobilidade, autonomia e independência da pessoa idosa.
O cuidado com os idosos exige uma abordagem global, interdisciplinar e multiprofissional a fim de favorecer a interação dos fatores físicos, psicológicos e sociais. O ambiente em que a pessoa idosa está inserida também tem grande influência na sua saúde em geral. Com os avanços das pesquisas científicas, surgem novas formas de tratamento, que atuam como coadjuvantes ao acompanhamento médico voltado para o idoso.
Dentre tantas formas de tratamento, o atendimento em grupo para as pessoas idosas, que estão fazendo tratamento em clínica-dia ou em internação, é de fundamental importância para a sua saúde psíquica. O trabalho em grupo tem funções essenciais para uma boa atividade mental. Dois aspectos são de extrema relevância nessas atividades: o primeiro, a escolha da atividade proposta e, o segundo, a relação social que se estabelece no grupo.
Com o processo de envelhecimento há possibilidade da ocorrência de um declínio cognitivo e social. Tende em vista isto, temos o grupo terapêutico chamado “Flor da Idade” que tem como objetivo acolher e promover qualidade de vida aos idosos, por meio da estimulação cognitiva e motora, isto é, atividades que estimulam funções como memória, atenção, concentração, fluência verbal, linguagem, velocidade de processamento, coordenação motora, mobilidade, dentre outras. Assim, previne ou ameniza possíveis disfunções e dificuldades que o indivíduo apresente em suas atividades de vida diária, além de discutir questões centrais do processo natural de envelhecimento, de modo que o idoso melhore e potencialize sua participação social dentro do seu contexto de vida.
Trabalhar as questões cognitivas associadas às relações interpessoais com os participantes do grupo é muito enriquecedor. Sabemos que os pilares do Envelhecimento Ativo para uma melhoria da qualidade de vida das pessoas idosas, segundo a Organização Mundial de Saúde, são: saúde, participação e segurança. Portanto, o trabalho realizado com os idosos vai além da saúde física.
As interações sociais irão compor um dos itens de grande importância para a vida com mais melhorias para aqueles que estão na terceira idade, especialmente aqueles que possuem algum transtorno ou diagnóstico psiquiátrico. Dessa maneira, o trabalho com grupo de idosos associado às atividades cognitivas otimizam a qualidade de vida deles, pois contribuem para que possam desfrutar de uma vida com mais autonomia, dentro de suas possibilidades.
Autoras:
Adriana Araújo Reis Rocha
- Mestra em Gerontologia
- Especialista em Docência do Ensino Superior
- Psicóloga
Clara Maria Alcântara Vieira
- Terapeuta Ocupacional
- Graduanda em Psicologia
Luísa Veríssimo
- Mestranda em Gerontologia
- Fisioterapeuta
Fonte: http://sersaudemental.com.br/blog/estimulacao-cognitiva-e-motora-em-grupo-para-idosos/